preparando Tranquility.

ultimamente as pessoas têm me falado um bocado em "dom", em ser abençoado com um dom. mas o que é afinal ter um "dom"? os irmãos de língua inglesa dizem "gift", o que é o mesmo que presente. quando alguém tem um talento, uma habilidade natural para fazer algo, dizem que é "a gift". algo que é dado pelos céus, quase uma graça, uma coisa que apenas uns poucos privilegiados possuem.

eu não acredito em talento dado de graça, não acredito que algumas pessoas sejam abençoadas com um dom e outras não. acredito em trabalho, em paixão, em persistência e força de vontade. acho que todo mundo nasce com uma inclinação natural para alguma coisa, mais sintonizado com um plano de experiência do que com outro. algumas pessoas são mais cerebrais, enquanto outras não entendem nada que não passe antes pelo caminho do coração; umas são mais intuitivas e não acreditam em limites, enquanto outras são lógicas e pé-na-terra. o tal "dom", ou o talento, uma coisa que é a expressão pura daquilo que a gente é, é uma pedra bruta que precisa ser lapidada até que esteja pronta prá mostrar seu brilho. 5% de inspiração, 95% de transpiração, como dizem por aí. a diferença é que existem pessoas mais apaixonadas por aquilo que fazem do que outras. outra, é que as pessoas crescem para ser máquinas e param muito cedo de acreditar que podem ser aquilo que quiserem. o dom vai sendo deixado de lado, vira sonho, que é muito conhecido por essas gentes também como sinônimo de "ilusão". a pedra não é lapidada e não brilha, apesar de de vez em quando ser acarinhada com uma esperança meio morta. ah, seu eu ....... (escreva aqui a sua desculpa preferida..)

e então todo mundo começa a achar que você é um privilegiado porque tem um "dom". o que eu tenho é uma paixão desgraçada por aquilo que eu faço, um amor sem limite pela arte e pela beleza. uma coisa que não me deixa descansar enquanto eu não encontro a cor ideal, enquanto eu acho que posso dar mais e mais de mim para que uma idéia crie vida, ignorando as costas doloridas e a perna já dormente por causa da lombalgia, usando um braço para mover o pincel enquanto o outro acalenta minha filha no colo, esquecendo que eu poderia estar relaxando e aproveitando o tempo em que meu marido e filha estão tirando uma soneca e não precisam de mim. só que eu vou pintar e desenhar, porque eu preciso. vai ver é isso o tal do dom. desejo, necessidade, vontade. o resto não serve para muita coisa.

The Waterman: Ignis Aeris

Ignis Aeris
(Segundo painel do tríptico "O Aguadeiro")
Aquarela e lápis sobre placa de ilustração,
15 x 20 polegadas
2009
$480

devo confessar que Ignis Aeris não é o meu trabalho favorito. gosto da composição, das abstrações, do movimento das figuras, e sinceramente não sei o que poderia ter feito diferente. acho que faltou mais leveza, na verdade. Ar e Fogo são etéreos, incorpóreos. mas minha concepção se ateve talvez ao aspecto mais primal, mais de "origens". o que não deixa de ser uma leitura interessante também.

é muito comum, e quem trabalha com arte sabe disso, que muitas vezes a gente comece um trabalho com uma idéia na cabeça, e durante o processo a coisa tome um rumo totalmente inusitado, como se tivesse vida própria. eu atribuo isso ao que eu acredito ser a nossa capacidade de canalização de algo que já está mais ou menos "plasmado" em outro plano. quando eu era mais jovem e planejava escrever (ainda planejo, embora tenha que esperar um pouco mais agora), era meio comum que eu lesse em algum livro ou visse em algum filme cenas ou situações muito similares a outras que já havia criado. "caramba, roubaram a minha idéia!", eu dizia, e olha que as situações nem eram assim tão cliché. mais tarde descobri que, quando você cria e põe em prática, você põe seu pensamento com tanta força na sua idéia que a acaba moldando em outro plano - o astral, no caso. o plano astral é aquele que está imediatamente próximo ao nosso, e que comparado com o físico é levíssimo, etéreo, mas na verdade é ainda bem denso. é povoado por uma população bem peculiar: espíritos desencarnados que estão tão materializados que não conseguem ir para planos mais altos, espíritos elementais (isso mesmo, as famosas fadas, elfos, gnomos, ondinas e companhia), espíritos de animais, e toda espécie de formas-pensamento que você possa imaginar. formas-pensamento são formas plasmadas em matéria quintessenciada no plano astral, pelo pensamento de desencarnados e encarnados como a gente, incluindo criações de artistas. parece louco, mas tá cheio de personagens de livros e filmes no plano astral, imagens alimentadas não apenas pelos artistas que as criaram, como pelas pessoas que os cultuam. enfim, sei que é um assunto fascinante, mas não vou me alongar muito na questão do plano astral e do que acontece por lá, só queria mesmo falar um pouco de como ocorre esse processo de "canalização artística".

a quase uns 3 anos atrás eu criei uma ilustração chamada O Divino em Mim (The Divine in Me) O Divino em Mim, Patricia Arielque fala exatamente disso, do criar e de como ele te aproxima de Deus. como somos todos deuses em potencial, somos todos criadores. a imagem mostra um jardim de girassóis num plano etéreo, e mais abaixo, uma figura "recebendo" um dos girassóis no plano abaixo, que agora tem as cores da realidade física. nada mais do que o próprio processo artístico, em que se colhe as "flores" de um jardim situado numa outra realidade, fazendo-as se manifestar no nosso plano em forma de pintura, poesia, canção ou qualquer que seja o nosso instrumental. é por isso que o artista é um eterno insatisfeito; como a dimensão física é muito limitada, é praticamente impossível se materializar o que se vê tão rica e nitidamente com nossa percepção interior.

eu queria mesmo era falar da pintura. mas como já estou aqui bem cansada - meu problema de coluna não tem me dado trégua nesses últimos dias - vou só mesmo postar o trabalho e depois explico.

Regina

Portrait of Regina

Aquarela e lápis de cor sobre papel,
8.5 x 12
2009

Virgem, Ascendente em Sagitário, Lua em Touro. Predominância em Terra.

Sharon

Portrait of Sharon

Aquarela, lápis de cor e grafite sobre papel,
8.5 x 12
2009

Gêmeos, Ascendente em Escorpião e Lua em Aquário. Predominância em Ar.

consegui colocar o site de volta ao ar ontem. tudo funcionando direitinho. e nem ficou tão ruim no Internet Explorer, como eu tava prevendo, mas ainda recomendo visualização com o meu queridinho Firefox. o link prá versão em português na home ainda não funciona, o que acontecerá em breve.

trabalhando num retrato:


gosto muito de fazer retratos, porque sou fascinada pela figura humana. os que eu faço eu chamo de Astroportraits, ou Astroretratos, porque são baseados no mapa astral da pessoa. funciona assim: antes de planejar o retrato eu levanto o mapa e identifico os arquétipos e os elementos simbólicos envolvidos, como cores, animais e outros. também peço uma ajudinha ao tarot. na maioria das vezes minha intuição entra em cena, e como não sou nenhuma médium ou psychic, preciso antes conversar com a pessoa retratada para ter certeza de que as imagens que vêm à minha cabeça não são só fruto da minha imaginação, e também por achar super importante que a pessoa participe do processo. gosto que o retrato seja uma espécie de registro dos talentos e de coisas positivas da pessoa, outras vezes, como uma espécie de encorajamento para que ela desenvolva outras qualidades que gostaria. para isso encorajo visualização criativa e um olhar voltado para dentro, como um empurrãozinho para o processo de auto-compreensão.

quando estava testando a técnica fiz o meu retrato e o da minha bebê, que tinha completado um ano de idade. hoje uso os retratos como peças do meu portfolio. foram feitos inteiramente em lápis de cor, mídia que não estou usando mais por consumir muito tempo. hoje uso técnia mista de aquarela, lápis de cor e grafite.

Ariel and the Lion
Ariel e o Leão
Lápis de cor sobre Bristol board,
8.5 x 12

este é o meu auto-astroretrato. eu sou Gêmeos com Leão ascendente e Lua em Escorpião, e um tipo Ar/Àgua. não foi tão fácil assim criar meu próprio retrato, porque eu me identifico com tantos símbolos e elementos que achei melhor deixar a intuição trabalhar a meu favor. nos últimos anos antes de criar esse trabalho eu vivi uma fase de intensas mudanças (que coincidiram com minha mudança de país, casamento e gravidez, tudo ao mesmo tempo) que me fizeram ir fundo dentro de mim mesma e buscar minha força, algo que não me lembro ter feito tão vigorosamente antes. eu me lembro ter feito um desenho meio tosco de um escorpião e um leão, que considero meus dois poderes interiores, grudado o desenho na parede e olhado para ele todas as vezes que eu precisava de força, para me lembrar de que eu já a tinha, que ela estava em mim como parte do que eu era. é claro que as coisas agora estão bem mais tranquilas, mas eu quis que meu retrato fosse um registro constante daquele poder que eu descobri em mim. então desenhei o leão, meu signo ascendente, bem junto de mim, como uma companhia constante (então caiu a ficha de que meu nome, que significa "leão de Deus" em hebraico, não foi me dado por acaso...) este leão nasce da água, do grande oceano de sentimentos que caracterizam os tipos de Água. embora se pense que o povo da água seja frágil devido à sua natureza emocional, eles são extremamente fortes exatamente por causa disso, já que sabem como ninguém como lidar com o mundo dos sentimentos. minha qualidade aérea é representada pela cor amarela e pelas borboletas, que também representam meu signo, Gêmeos. borboletas vão vivamente de um lugar a outro exatamente como geminianos fazem. e como bichos alados também simbolizam liberdade e independência, que é uma das minhas características mais fortes. outra razão por escolher a borboleta é também por ser um dos meus animais-totem favoritos, presentes em vários dos meus trabalhos. borboletas também são símbolos de transformação e renascimento e este é o motivo que as fazem tão especiais aos meus olhos. eu me transformei completamente depois que deixei meu país, foi como uma morte mesmo - uma morte para renascer. essa idéia também é um conceito chave do meu signo lunar, Escorpião. um outro elemento que incorporei ao retrato para representar esse signo é a flor de lotus, graças à sua ligação com situações de reconstrução depois de muita luta e mesmo perda total - o lotus nasce do lodo. também é um símbolo de espiritualidade, algo que é parte integrante da minha vida diária e que me ajuda a levar a vida a despeito de qualquer obstáculo.


Portrait of Isobel and Unicorn

Retrato de Isobel com Unicórnio
Lápis de cor sobre Bristol board,
12 x 8.5

esse é o meu bebê, então com 1 ano de idade - ela não tem mais essa carinha rechonchuda, embora ainda pareça um duende. Isobel é um Sagitário triplo, de Sol, Lua e Ascendente. predominância de Água e Fogo. eu quis que seu retrato tivesse uma qualidade surreal e mágica, que consegui usando cores mais quentes e elementos mais abstratos. eu a retratei como um duendezinho mesmo, até prá dar um toque engraçado, e coloquei um unicórnio para fazê-la companhia: um símbolo mais leve para Sagitário, mais apropriado para o retrato de uma criança do que o tradicional centauro. no fundo, um campo aberto com árvores que lembram corações em chamas. Isobel é toda coração, um espírito cheio de paixão e intensidade (e quanto mais ela cresce, mais isso se torna evidente.) um rio corre através do campo - a qualidade aquática de sua personalidade. diferente do misterioso oceano do meu próprio retrato, as pacíficas águas de Isobel nutrem e refrescam, representando seu lado afetivo e cuidador. do outro lado, um céu profundo, como símbolo do desejo por expansão e liberdade sem limites de Sagitário, mostra dois beija-flores, símbolos do otimismo que é tão característico do signo. nos cabelos, ela usa uma coroa de lotus. embora Isobel não seja exatamente um Escorpião, ela tem um forte alinhamento de planetas neste signo, o que dá a ela um bocado de características escorpianas. suas roupas tem uma parte azul, para a água, e uma vermelha, para o fogo.

sumiço

estou desaparecida esses dias por estar envolvida no desenvolvimento do meu website novo, que, espero muito, consiga uploadear amanhã. o bichinho me deu um pouco mais de trabalho que o usual, mais pelo layout do que pela parte "técnica", mas valeu a pena porque gostei um bocado do resultado. também estou arrumando La Etherea Officina, minha loja oficial para venda direta de originais e reproduções impressas (prints.) e tenho também uma mailing list nova, quem quiser assinar para receber informações sobre trabalhos recentes e outras novidades fique à vontade. as newsletters são em inglês, membros tem 15% de desconto na primeira compra direta comigo e a cada estação estarei sorteando um presentinho - uma reprodução, um pequeno original ou uma e outra coisinha. o único problema é que, por enquanto, só dá prá mandar o presente para quem mora no EUA, por causa das despesas de envio (artista pobre é isso aí, folks.) mas quem estiver disposto a pagar a postagem se for sorteado (mais ou menos uns dez dólares, dependendo do país), é só me passar o nome que eu incluo na lista dos sorteios.

é isso... volto logo.

(engraçado ter terminado minha representação de Jesus Cristo tão perto da Páscoa. juro que não foi de propósito. mas as musas às vezes adoram umas coicidências... ou sincronicidades.)

está pronta, finalmente, a primeira parte do que é, por enquanto, meu projeto mais ambicioso: o quadro do meio de O Aguadeiro, chamado Unio Mystica. é um trabalho tão repleto de simbolismo que se torna tarefa dificílima desfiar cada um deles aqui. cada símbolo leva a uma miríade de coisas, sejam passagens bíblicas ou ensinamentos ocultos. (a propósito, a muito tempo atrás uma pessoa que conheci me disse que a Bíblia é um dos maiores livros de ocultismo do mundo. à medida que os anos passavam e eu ia me aprofundando no meu conhecimento de astrologia, tarot e símbolos, fui forçada a reconhecer que ele estava muito certo. e minha admiração sobre como tudo está tão criativa e inteligentemente interligado no universo só cresce. com todo o meu respeito por quem não acredita, mas com toda essa harmonia que eu vejo e percebo eu não consigo mesmo acreditar que não haja um Criador!)

O Aguadeiro é sobre a Era de Aquário e em como as palavras do Cristo se revelarão em toda o seu brilho e pureza. a peça principal (Unio Mystica) é o macrocosmo, representado pela figura do Cristo, enquanto as outras falam do microcosmo, na forma dos Quatro Elementos. quando eu estava planejando o trabalho, fui levada em minhas pesquisas para essa página e fiquei maravilhada ao ver uma imagem de um aguadeiro circundada por símbolos de espiritualidade e transformação. ambas a imagem e a página foram o que eu chamo de "presente do Universo" e me forneceram as direções que meu trabalho deveria tomar. tudo se encaixava perfeitamente ao meu conceito e idéias iniciais.

a figura central da pintura/tríptico é um homem nu carregando um pote de água. ele exuda liberdade e força. em seu corpo se vê os chakras principais iluminados e ligados, desde a base da espinha até o topo da cabeça, onde uma flor multicolorida se mostra. ele é o homem perfeito, o homem que foi capaz de despertar sua kundalini e trabalhar seu potencial divino/criativo ao máximo, e se tornar Deus. este homem é o Cristo, o modelo mais alto que a humanidade pode aspirar. o espírito do mais alto grau de iluminação que resolveu encarnar em um denso corpo material igual ao nosso para nos ensinar que nós também somos deuses e que tudo o que ele fez, nós também podemos fazer. em sua mão ele traz uma rosa ao invés de sangue e feridas, para nos lembrar que é a nossa existência na carne que nos faz florescer como espíritos.

ele derrama água sobre duas figuras na base, que se banham em atitude de entrega e comunhão.
a água é símbolo universal de espiritualidade e renascimento. "E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, Que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, Os vossos jovens terão visões, E os vossos velhos terão sonhos" (Atos dos Apóstolos, 2:17). esta é a grande missão espiritual que a humanidade confrontará quando todas as formas de crenças dogmáticas começarem a serem esmigalhadas por filosofias progressivas e descoberta científicas. então as palavras de Jesus surgirão com fôlego novo e serão entendidas "sem o véu da letra".

há dois detalhes que foram pintados sem que eu conscientemente tivesse idéia. um são as chamas que aparecerem nas testas das duas figuras da esquerda, que lembram as "línguas de fogo" que surgiram sobre os apóstolos no dia de Pentecostes. outro detalhe, um pouco mais "visionário": as "fitas" que nascem da rosa e descem até o chão, e que foram colocadas ali para efeito estético, meio que se parecem com o modelo do DNA humano. segundo um "insight" recente que tive, já que nossas encarnações moldam nosso DNA, quem sabe este não seja uma das grandes descobertas científicas das próximas décadas que levarão à compreensão da imortalidade da alma... e que o Mestre estava certíssimo quando disse que "ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo" (João, 3:3).

The Waterman: Unyo Mystica

Aquarela em placa de ilustração,
15 x 20 polegadas,
2009
$480


Eu posso ver o Rei chegando.
Nu e brilhante, como devem ser todas as verdades.
Simples e forte, com estrelas no olhar
e coração de pétalas, banhando o chão.

Eu posso ver o Rei chegando,
e ele vem de pés descalços, cabelos ao vento,
sem jóias ou espadas,
feito homem simples,
trazendo em seus ombros água de beber.
Suas mãos trazem as rosas que brotam da cruz,
e sua coroa é um lótus de mil pétalas.
O Rei sorri, é belo e de sua boca brotam lírios,
e os elementos todos dançam a seus pés.
Em suas palavras o deus de mim se levanta
e dedilha minha alma com as cores de um universo inteiro.
A serpente dourada desperta,
e eu, o livre Louco, crio asas,
e danço à beira de um precipício de sonhos.

Eu posso ver o Rei chegando
trazendo muitos graais
que distribui livremente, em mãos de ricos e pobres,
em mãos de sãos e doentes
e crianças nos quintais.
Seu reino não é deste mundo, ainda que esteja tão perto
que quase se pode tocar.
E é nele que o vejo, em tardes rubras de sol,
em sorrisos de início de mundo,
a girar as estrelas de Aquário
e a me contar segredos.

aquarela e lápis sobre papel aquarela,
12 x 8.5 polegadas
2009
S100 USD



aquarela e lápis sobre papel aquarela,
12 x 8.5 polegadas

2009

$100 USD


Os Totens são uma série de peças que representam um animal ligado a uma figura humana, como se fossem parte do mesmo corpo. se você quiser, eles podem ser também os chamados animais de poder do shamanismo. meus Totens carregam um conceito muito simples: nossa profunda ligação à natureza como uma coisa única. nessas pinturas minha idéia é usar sempre uma representação naturalista para a cabeça humana, enquanto os animais são sempre coloridos e preenchidos com formas abstratas.

como eu disse no meu último post, quando planejei as aquarelas rápidas eu estava na verdade inspirada pelo conceito do One Painting a Day (Uma Pintura por Dia), criado pelo artista americano Duane Keiser e seguido hoje por uma multidão de artistas. a idéia é pintar uma peça pequena por dia, gastando não mais que algumas horinhas, o que para alguns artistas funciona como um desafio e um exercício. mas na verdade o grande atrativo da coisa é a possibilidade de vender pinturas por preços baixos, já que o tempo de execução é pequeno e não pesa muito no preço. assim atrai-se mais compradores, inclusive aqueles que não podem pagar algumas centenas de dólares por um original. acredito que seria uma boa para mim para começar a atrair colecionadores, já que minhas peças maiores gravitam em torno de $380 e $450 dólares. já que estou apenas começando nesse mercado, não acredito que possa cobrar muito mais do que isso.

bom, eu ainda não sei se posso completar uma pintura por dia enquanto trabalho simultaneamente em peças maiores. eu ainda não posso me dar ao luxo de pintar full time. mas nessa primeira tentativa consegui trabalhar em duas peças de 12 x 8.5 polegadas, completando o lápis em um dia e a aquarela no outro - fora os detalhes de uma das peças, que acabou se tornando um segundo Totem. nada mal.

Anemonae + Totem #2

verdade que elas não são muito diferentes do primeiro Totem e de Flourish, como a Nelly bem observou num comentário. a diferença é que, quando eu estava trabalhando nas primeiras, eu estava ainda experimentando uma nova direção para o meu trabalho e elas levaram alguns dias para serem completadas. as mais recentes foram planejadas para serem pinturas rápidas, de um só dia. no fim, trabalhar nessas peças mais simples se revelou divertido e um refresco dos conceitos mais complexos que eu comumente desenvolvo. às vezes tenho um pouco de dificuldade em trabalhar com o simples - culpa da minha lua em Escorpião, que está sempre procurando confusão e me levando para caminhos complicados. mal posso esperar para começar outros!

depois de cinco dias de quase-descanso na casa dos meus sogros e totalmente desconectada, aqui estou. sem preocupações de cunho doméstico e aproveitando a baby sitter grátis (i.e., minha sogra), planejei algumas coisas construtivas, como terminar a reforma do meu website, desenvolver umas aquarelas rápidas (baseadas no conceito do One Painting a Day, ou Uma Pintura por Dia), pôr umas leituras em dia e ir ao cinema ver Watchmen. a única tarefa que concluí com sucesso foi a última (relatório de fã depois), porque o tempo ainda não foi suficiente. no entanto, quebrei eficientemente a minha disciplina alimentar anti-carboidratos e anti-açúcar comendo porcarias mexicanas e todos os tipos de tortas.

por enquanto, deixo-os com uma foto da minha filha se rebelando contra as fotos bregas que minha sogra insiste em fazer dela. nenhum sorriso fofo, só saíram caretas como essa. adoro.

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