sou o tipo de pessoa que acredita que a gente tem que passar pela vida contando apenas as bençãos. ainda que a parte onde os problemas e as dores seja maior.
mas está ficando muito claro para mim, agora, que está sim, na hora em que nós, humanos, comecemos a parar de nos ver no topo da cadeia alimentar e enxergamos os animais como irmãos menores que precisam de nosso auxílio para evoluir. pelo menos em nossa sociedade foi-se o tempo em que os meios de sobrevivência eram escassos e não tínhamos muita opções. hoje em dia temos supermercados abarrotados de coisas e alimentos frescos em qualquer época do ano à altura do braço.
bom, acho que o vídeo me deu o empurrãozinho que faltava, apesar de ter despedaçado o meu coração. não sei o que vai ser daqui prá frente, mas estou praticamente resolvida a abandonar a carne de vez. sei que vai ser um caminho difícil - mas afinal, se consegui me livrar completamente do hábito das carnes vermelhas, há esperança também para as brancas. e se você como eu também precisa de uma ajuda extra para seguir de vez a rota do vegetarianismo, tá aqui a primeira parte do vídeo. mas aviso de antemão, não é para corações fracos.
é curioso, e, dependendo da pessoa, decepcionante constatar como, numa relação interpessoal, a maioria das pessoas vê a outra apenas como um par de ouvidos ambulante. em cada dez pessoas que você conhece, entre amigos e familiares, com sorte você encontra umas duas pessoas que estão realmente interessadas no que você tem prá contar. às vezes nem isso.
Labels: introspectivas
se você é professor, seria uma boa mostrar esse videozinho pros seus alunos. dá pé, é só usar a criatividade para encaixar na sua disciplina. é sempre mais fácil plantar a semente cedo, o que não quer dizer que nós também não possamos mudar, é só ter um pouco de boa vontade.
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sempre fui uma pessoa bastante frugal nos meus hábitos de consumo. não foi algo aprendido, não é para bancar a politicamente correta, mas algo que nasceu comigo. sou pão-dura, não gosto de esbanjar dinheiro nem de ostentação. nunca vi graça em ter coisas das quais eu não precisava tanto assim, sempre desprezei modismos e minhas coisas geralmente duram vários anos - algumas, como sapatos ou bolsas, quando se tornam irremediavelmente impróprias para consumo, até me fazem lamentar não ter comprado uma cópia para continuar usando.
me casei com uma pessoa que também não dá importância a ter um mundo de coisas, nem ter o que não precisa só prá se "encaixar" (ok, compra mais livros em um mês do que pode ler em um ano, mas livro é livro, né?). estamos longe de ser ricos, não temos muitas das coisas que a família americana padrão tem - dois carros na garagem, por exemplo - mas na nossa frugalidade vivemos muito bem, obrigada. sem essa de ficar criando necessidades desnecessárias (já basta a conexão wi-fi, que desde que entrou aqui em casa se tornou impensável não tê-la.)
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também tenho pensado mais cuidadosamente na necessidade de se reciclar coisas. não apenas o óbvio, como papel, pilhas, latas, etc., mas objetos mesmo. a umas semanas atrás aceitamos a doação de móveis de quarto para a pequena, vinda de um amigo. os móveis não são nem de longe o que eu queria para ela - são rococó e girlie ao extremo - mas é só usar a imaginação para fazê-los funcionar. retirei os detalhes mais pomposos, como o espelho do gaveteiro (que eles chamam de dresser) e os posts da cama (aqueles postes colocados nos quatro cantos da armação da cama cuja utilidade eu ainda não descobri e que acho um horror.) uma ou duas demãos de tinta branca all over e poupamos o planeta de mais um pouquinho de lixo.
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umas das primeiras coisas que percebi desde que cheguei aqui na América é esse consumismo descrito no vídeo. as pessoas compram alucinadamente, já que as coisas em geral são muito baratinhas - veja o vídeo também para entender o porquê. é só entrar num Wal Mart qualquer da vida prá descobrir um monte de coisas que você estava justamente "precisando"... e que em poucos meses vão para o lixo, ou para o Good Will mais próximo (espécie de loja de caridade que explora justamente esse lado do americano de descartar as coisas das quais não precisa ou não quer mais, e que acaba fazendo as pessoas se sentirem menos culpadas pelo consumismo louco). afinal, o "lixo" de uns pode ser o tesouro de outros...
aqui cada casa tem seu "building", uma espécie de casinha que fica no fundo do quintal e que serve só prá guardar tralha. é tanta coisa inútil que existem até conteineres de aluguel para o povo guardar seus excessos.
uma prática legal deles para passar para frente o que não precisam mais são os "yard sales", ou "garage sales". monta-se uma espécie de feirinha no quintal com os artigos, e vende-se para os passantes por um preço bem baratinho. aqui na vizinhança sempre tem algum, mas sempre fui muito tímida para visitar.
- pense bem antes de comprar por impulso, ou só porque você não queria perder a liquidação, ou porque você resolveu acompanhar a amiga naquela loja de grife e não queria ficar por baixo saindo de lá de mãos vazias.
- sempre que puder, recicle. invente formas novas de se usar aqueles velhos móveis, ou aquela roupa que você já cansou mas que ainda está em bom estado. às vezes, certos objetos podem ganhar funções novas e se transformarem em outros totalmente inusitados.
- separe o seu lixo. orgânicos de um lado, recicláveis (latas, papéis) de outro. não dá trabalho.
- sempre que puder, valorize e prestigie a produção artesanal.
- todos os dias, permaneça no chuveiro cinco minutinhos a menos. procure reaproveitar a água para outros fins. não deixe as torneiras escorrendo. e pare de lavar a calçada com água limpa da torneira.
- deixe prá beber água engarrafada na rua, quando não há outra alternativa prá matar a sede. em casa valorize a água da torneira - devidamente filtrada, é claro.
- apague as luzes dos cômodos da casa onde não há ninguém no momento. substitua suas lâmpadas comuns pelas fluorescentes.
- reaproveite folhas de papéis usadas apenas de um lado fazendo, por exemplo, bloquinhos de notas ou rascunho. como eu sou desenhista e uso muito papel, geralmente aproveito o meu para estudos ou corto em quadradinhos, para usar como provas de aquarela. o que não dá mais mesmo para usar vai para reciclagem.
- dê mais valor ao seu direito de voto. apoie candidatos realmente comprometidos com a causa ecológica.
- espalhe o videozinho "A história das coisas" por aí.
- você está vivendo tempos formidáveis, onde temos total acesso à liberdade de expressão através dessa maravilha que é a internet. aproveite: crie um blog, expresse suas opiniões, espalhe suas dicas de como ajudar a tornar o planeta mais legal de se viver.
Labels: opinião, vida, vida green, vida na América
yes, we got it!! depois de vários meses de preparativos, algumas dores de cabeça e nenhum desentendimento pessoal (coisa rara em grupos), o segundo Lexington-Bluegrass Pagan Pride Day aconteceu e foi uma delícia. dia perfeito, atmosfera agradabilíssima, pessoas fantásticas. amaria ter podido aproveitar mais, participado dos workshops, dançado no drum circle (me convidaram para tocar pandeirola), mas como tinha obrigações a cumprir - sou coordenadora de artes e tinha que estar a postos - não pude fazer tudo o que quis. mas foi um dia memorável, mesmo assim.
como sempre, graças à minha cabeça que vive saltando de um lugar para outro, falhei ao fotografar. não muitas ou significativas fotos, e as do exterior ficaram bem ruins. e apenas quando acabou eu me dei conta de que não havia me fotografado em meu booth, nem às outras artistas. que aliás, foram gratas surpresas em matéria de gentileza e amor à arte e às coisas do espírito. nossa conexão foi imediata e algumas idéias começaram a surgir...
alguns shots do exterior, com alguns booths. a última foto tem uma menina vestida de fada dark, dá prá ver? (pergunta retórica)
os gatinhos em papier mache da Vida Vitagliano. ela resolveu trabalhar nas esculturas em pleno festival, aos olhos do público.
as fadas, ondinas e retratos de seres espirituais canalizados pela Tammy Wampler.
esculturas de deusas e símbolos pagãos da Mary Harmon, cheios de energia da terra.
dreamcatcher da Andrea Bryant.
e, last but not least, meu booth!
Fellowship Hall e pessoas peculiares.
eu no banheiro.
Labels: andanças, my artwork, pagan pride
pois é, quando tirei essa foto tinha tomado várias tequilas e o cabelo estava num dia pós-lavagem - sem oleosidade natural e com aquela aparência de juba. num dia como esses, eu pareço a Sophie Marceau, pessoas! e não é possível que vocês ainda não tenham notado a semelhança com a Liv Tyler, a elfa mais gostosa da Terra Média. e aquela ao lado da Marceau não é a irmã da Paris Hilton? desconheço o restante das celebridades look-alike, mas não importa. I am definitely flattered.
Labels: bobagens
não sei se é impressão minha, mas acho que existe um certo preconceito sobre ser artista (ou astróloga, ou taróloga, ou outras atividades que te permitem trabalhar no conforto do seu lar) e dona de casa. meio velado, mas tem. dá a entender que você, que passou a vida dedicando-se a um trabalho tão inferior como cuidar da casa, do marido e dos filhos, entediada pelo seu dia-a-dia enfadonho e sem-graça, de repente decidiu fazer um curso de pintura, viu que tem jeito prá coisa e resolveu se promover e ganhar uns trocados.
e por quê a coisa é diferente com os artistas homens? a maioria é casada e com filhos. no entanto, ninguém olha para eles de nariz torcido.
eu não sou uma dona-de-casa que virou artista, sou uma artista que aconteceu de casar e ter filho. minha relação com a arte começou em tenríssima idade - 3 anos, segundo minha mãe. nunca mais parei. mas eu cresci e quis casar. se posso fazer o que eu gosto sem precisar sair de casa, sorte a minha (embora a coisa não seja tão fácil. muitas vezes eu preferia ter um lugar para ir todos os dias, só prá ter uma desculpa prá não ter que cozinhar...)
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Happy Labor Day prá todo o povo americano, gente que trabalha duro e que, embora não tenha metade dos benefícios do trabalhador brasileiro, e apesar de 8 anos de governo republicano, ainda tem direito a ver seu suor convertido em dignidade.
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