esta tem sido uma semana ocupada. últimas preparações para o Pagan Pride Day (Dia do Orgulho Pagão) e para a exposição que estou organizando, chamada Web of Life. ainda tenho que pintar uma faixa gigante prá pendurar do lado de fora do espaço onde vai rolar a expo. também tenho que me preparar para o meu primeiro workshop em terras gringas,
Creating Mandalas for Healing  (Criando Mandalas para Cura). estou meio ansiosa para esse, porque vai ser meu primeiro workshop em inglês. espero que tudo corra bem, pois estou super feliz com a possibilidade de ensinar algo depois de 5 anos afastada de salas de aula!

então, durante o resto da semana não vou ter o menor tempo prá pegar em lápis e pincéis. tava pensando em terminar minha segunda tentativa com a Árvore da Vida para mostrar no festival, mas não terei tempo, infelizmente.

o Pagan Pride Day, ou Dia do Orgulho Pagão, é celebrado em vários lugares do mundo mais ou menos na mesma época, sempre no Equinócio do Outono (Primavera, para o hemisfério Sul). é um festival que celebra não apenas o paganismo em suas muitas vertentes, mas também a liberdade e tolerância religiosa. aqui nós temos, além da arte, stands de produtos - em sua maioria feitos à mão, oráculos, curadores, oficina, sorteios, grupos musicais e atrações para as crianças. a admissão é uma lata de sopa ou fruta, que doamos para um banco de alimentos local. é um festival lindo, do qual me sinto super orgulhosa em contribuir.

...estive ilhada em casa dos meus sogros, numa cidade chamada Hopkinsville, bastante conhecida por ser a terra do grande medium Edgar Cayce. a cidade em si não tem nada de extraordinário, e a despeito disso está sendo bastante debatida ultimamente a possibilidade de nos mudarmos para lá, já que meus sogros estão ficando meio avançados em idade e um pouco isolados demais. a possibilidade só me agrada pela proximidade com o Tenessee e Paducah, que é uma das chamadas "cidades de artistas" do país. mas quando existe bem estar familiar em jogo, o que eu acho ou deixo de achar se torna completamente irrelevante. mas enfim, estar lá pelo menos para visitar sempre é agradável e ajuda a recarregar as baterias graças a atmosfera super aconchegante em que minha sogra cerca a gente. aproveitei o tempo sem internet prá ler Campbell, geometria sagrada e fazer mandala, e tive uma experiência prá lá de bacana. conto depois, porque tô com um bocado de coisa prá colocar em dia por aqui e uma preguiiiiiiiça danada.

 
em andamento: Padma, sketch e trabalho final.


Lírio D´água (Waterlily) foi uma agrável surpresa prá mim, uma vez que cheguei a acreditar que não era mais capaz de trabalhar com cores suaves. tenho perseguido um estilo mais etéreo, limpo e leve por algum tempo e eis que, de repente, ele finalmente surgiu com esse trabalho. novamente, consegui exatamente o que queria por trabalhar sem senso de compromisso ou preocupação com qualidade ou propósito simbólico. desconfio que estou chegando perto de alguma coisa muito excitante... :)

outra coisa que tem sido difícil de controlar é a complexidade de certos temas que eu planejo trabalhar. a pintura termina sempre muito detalhada e por causa disso eu acabo fugindo de minhas aspirações estilísticas. então acho que tenho que aprender a me expressar usando elementos simples mas poderosos. e exatamente por causa dessa complexidade que acaba me frustrando tive que colocar Nossa Senhora dos Anjos Idos de Lado. acho que precisa de mais estudo, e as cores por alguma razão não parecem as certas. aliás, essa é uma grande falha minha, não estudar minhas pinturas suficientemente. basta uma idéia, uma pesquisinha de nada, e vamos jogar tudo na prancha e entregar a Deus. o jeito é ter calma por enquanto e continuar experimentando...

+

a Lolla dedicou-me um feature fofo no seu lindíssimo blog, do qual sou fã a um bocado de tempo. considerando que ela é sabidamente uma das meninas de maior sensibilidade prá coisas bonitas da web, ser citada no seu blog é uma honra enorme. thanks, Lolla!

+

e prá terminar, meme copiado da Dee.

1. Mania: roer unhas.

2. Pecado capital: uma certa avareza light. sou pão-dura.

3. Melhor cheiro do mundo: concordo com a Dee: café! não só porque eu amo café, mas por ativar minha memória afetiva imediatamente.

4. Se dinheiro não fosse problema, eu faria: um grande centro de artes, cultura e terapias alternativas, com mensalidades e consultas super baratinhas para atingir as pessoas de baixa renda.

5. Casos de infância: uma vez tentei roubar um pacote de chicletes do supermercado, arrastando-o com meu pé até a saída. desisti antes de completar a façanha e fiquei com uma vergonha enorme de mim mesma depois.

6. Habilidade como dona de casa: hmmmm.... fazer café conta?

7. O que eu não gosto de fazer em casa: T-U-D-O. tolero limpeza porque de certa forma é terapêutico prá mim, é como se limpando coisas eu também me limpasse por dentro, sei lá. mas a pior coisa mesmo é lidar com roupas. graças a Deus pelas máquinas de lavar e secar, porque se eu tivesse que fazer isso prá marmanjo juro por Deus que não teria casado. mas enfim, meu marido é quem lida com essa parte aqui em casa. e não passo roupa a ferro nem por um decreto, só as minhas, e na hora de vestir.

8. Frase: amo a do Jung, "Quem olha prá fora,sonha; quem olha prá dentro, desperta."

9. Passeio para o corpo: sair à noite prá dançar.

10. Passeio para a alma: Petrópolis, que é e sempre vai ser minha cidade favorita.

11. O que me irrita: falta de educação.

12. Frase ou palavra que fala muito: em inglês: "Jesus Christ!", "oh my gosh!". em português: "putz!"

13. Palavrão mais usado: shit. perdi a habilidade de falar palavrão em português.

14. Desce do salto e sobe o morro quando: não sei, eu sou muito zen, e é preciso MUITO prá me irritar. mas perco a paciência com mais facilidade quando estou muito cansada ou sobrecarregada e as pessoas ao redor não tão nem aí (coisa que acontece muito na minha vida, deve ser carma.)

15. Talento oculto: construir coisas. tenho boa noção espacial.

16. Não importa que seja moda, não usaria nem no meu enterro: muita coisa, sou a maior chata com roupa. mas o fim da picada prá mim é roupa de tchutchuca. tipo topzinho com calça jeans mostrando o útero e sandalinha alta. nem sob tortura.

17. Queria ter nascido sabendo: tocar violão.

"I am half sick of shadows"


Técnica Mista (Aquarela, gouache, grafite e lápis de cor) sobre prancha de ilustração,
9 x 12
2009
$150

Model: Adhara Batul

Ilustração para um breve momento do poema "The Lady of Shalott, de Lord Tennyson.

Waterlily


Técnica Mista (Aquarela, gouache, grafite e lápis de cor) sobre prancha de ilustração,
9 x 15 pol
2009

Modelo: Tamia M

$180

há umas duas semanas atrás comecei a sentir uma imperiosa vontade de trabalhar numa peça sobre aborto. cheguei a fazer um trabalho de ilustração meio nouveau a alguns anos, mas nada perto desse trabalho que comecei a desenvolver no início dessa semana e que resolvi chamar Nossa Senhora dos Anjos Idos.

escrever esse post foi muito difícil, uma vez que me vieram a cabeça uma série de questionamentos que levaram a outros que levaram a outros... quem me conhece sabe que minha postura em relação ao aborto é irredutível: sou super pro life, e me entristece saber que esse termo hoje em dia ficou associado a pessoas retrógradas e conservadoras. mas pela minha forma de ver a vida - espiritualista convicta - não poderia jamais ser de outra maneira, já que o espiritualismo te faz ver a vida de forma multidimensional, sem as limitações do materialismo. mas essa é minha visão, e não desejo de maneira nenhuma empurrar isso prás pessoas como sendo a única verdade que existe. enquanto não houver um consenso entre a comunidade científica a respeito de onde começa a vida, fica muito difícil saber a verdade dos fatos. mesmo sendo muito sensível a essa questão, que me causa um misto de revolta, compaixão e tristeza, tentei resistir a tentação de fazer um trabalho panfletário, o que seria muito chato, e depois de alguma reflexão concluí o quanto é difícil trabalhar com um assunto tão delicado e tão cheio de contradições. resolvi então usar mais o meu emocional do que a razão e me abster de dar opiniões. minha idéia foi então converter o trabalho numa espécie de prece visual, não apenas pelos espíritos interrompidos em seu processo reincarnatório como pelas mães que por uma ou outra razão se vêem obrigadas a interromper esse processo, que por suas profundas implicações a nível espiritual não são passíveis de ocorrer sem alguma forma de dor.

como quase sempre acontece, o trabalho toma suas próprias rédeas e eu apenas me deixo conduzir. a princípio imaginei uma espécie de entidade elevada, uma santa mesmo, que cuidaria dos pequenos espíritos e das mães em sofrimento. algo como a compaixão personificada. não deu certo. o rosto que apareceu não foi lá muito suave, mas antes até mesmo um pouco severo. ela se cobre de forma displicente com uma espécie de manto escuro, por onde o coração dourado transparece. achei importante o coração... porque o melhor juiz para esse tipo de questão só pode ser o amor, né? outra coisa que me veio e que achei bastante interessante foram os cabelos... que vieram como enormes raízes de uma velha árvore, ou como tentáculos, ou ainda como serpentes... descendo sobre duas figuras femininas mascaradas que estão como a pedir abrigo sob as vestes da santa, ou deusa.

in progress: Our Lady of the Angels-GoneAlign Center

existe um mito que é visto como o polo oposto da Grande Mãe doadora, que é o da Mãe Terrível. esse mito representa o domínio dos instintos e dos poderes do inconsciente que não se encontram controlados pelo ego. a Mãe Terrível não nutre nem protege; ela é a negadora do feminino em seu polo positivo, castrando, reprimindo e até mesmo matando seus filhos. ela é representada em diferentes culturas como deusas negras e destrutivas, como a deusa hindu Kali, a balinesa Ranga, ou ainda como górgonas. as madrastas e bruxas dos contos de fadas também são relacionadas a esse aspecto da Deusa. todas essas deusas são identficadas com répteis, aranhas ou cobras (engraçado como minha figura inicialmente me lembrou mesmo a Medusa...) enfim, acabei encontrando nela uma grande identificação com esse mito e ainda estou em dúvida se ela deveria ser mesmo uma deusa consoladora ou refletir inteiramente o aspecto negativo do feminino. (notem que no mundo dos mitos e na natureza não existe essa conotação maniqueísta de negativo = mau e positivo = bom. e que minha tentativa de questionamento aqui no post não pretende ser de maneira nenhuma acusatória, como se a Mãe Terrível fosse a malvadona e a Mãe Criadora a boazinha-doadora. as duas são aspectos da Grande Mãe e contém em si aspectos da psique que estão presentes em todas as mulheres.)

in progress: Our Lady of the Angels-GoneAlign Center

intrigante essa relação do aborto com o mito da Mãe Terrível. acredito que a reflexão sobre esse arquétipo possibilite trazer à luz um pouco da psique das mulheres que por um ou outro motivo se neguem a desenvolver a faceta criadora do feminino (vejam bem que essa posição não envolve o aborto terapêutico, mas o aborto que ocorre por livre vontade da própria mãe, por motivos os mais diversos). respeito muito a posição das mulheres que não desejam ter filhos, que não sentem a menor conexão com a maternidade (embora não acho que isso justifique o aborto), mas acho perigosa a visão de muitas feministas que acham que fazer aborto é sinal de liberação e controle sobre o próprio corpo e sobre seu comportamento sexual. acho bem revelador esse trecho de um dos meus livros de cabeceira, "Jung e o Tarô - Uma Jornada Arquetípica", da Sallie Nicholls, quando ela fala da Imperatriz, arcano que é o arquétipo da completude feminina:
O aspecto devorador da deusa torna-se aparente toda a vez que a mulher negligencia o seu verdadeiro reino, que é o relacionamento, e se torna faminta de poder; nesse momento ela vira realmente a devoradora do homem. Sua força, que já não é a força sutil do amor, transforma-se no amor estridente do poder. (...) Fascinadas pelo poder, muitas mulheres deram a impressão de haverem perdido o contato com a muita feminina criatividade que pretendiam demonstrar. Nas profundezas do seu ser, a maioria das mulheres, dentro e fora desse movimento, procura realmente uma igualdade pacífica e um relacionamento criativo com os homens, mais do que a predominância e o poder sobre eles. Entretanto, (...) o nosso é um tempo de terrível violência, em sua grande parte totalmente irracional. Na confusão geral, o grito sanguinolento da feminista devoradora de homens é ouvido em todo lugar. Dir-se-à que a Imperatriz, a quem foi negado por tempo demasiado longo o reino que por direito lhe pertence, se ergue das profundezas com a fúria infernal da mulher escarnecida. (...) É compreensível que, na busca por sua verdadeira essência, a mulher apareça sob muitos aspectos."
para quem não conhece o tarot, a Imperatriz é o arcano que representa a mulher completa, emancipada e plena, consciente de sua criatividade e "governante pelo amor". a que tem todas as deusas equilibradas dentro de si. minha esperança é a de ver um dia a mulher chegando a essa condição de plenitude... embora saiba que não dependa inteiramente dela, pois há todo um sistema que favorece o afloramento da "Mãe Terrível", impedindo que a Mulher-Imperatriz assuma o controle de seu papel criativo.



etapas de construção de "Estudo para cabeça de mulher"


Tecendo meu coração
e Estudo para cabeça de mulher são mais dois experimentos meus usando aquela técnica que mencionei , que desejo continuar explorando daqui prá frente. cabeça cheia de idéias para novos projetos. mas o alívio maior é o de não precisar pensar muito em fundos para as pinturas. sou um horror para planejar fundos, e muitas vezes acabei estragando trabalhos inteiros por não ter acertado num fundo adequado.

gosto especialmente de como as figuras estão se tornando meio etéreas e "fantasmagóricas", graças à aplicação de algumas camadas de aquarela branca sobre as figuras inacabadas e lápis de cor branco para acentuar as áreas de maior brilho.


Waving my heart

Técnica mista (aquarela, gouache, grafite e lápis de cor) sobre prancha
10 x 10 pol
2009
Align Center
$180

Study for woman's head

Técnica mista (aquarela, gouache, grafite e lápis de cor) sobre prancha
9 x 12 polegadas
2009

$200

O Véu

The Veil

Aquarela, gouache e lápis sobre prancha
9 x 14 pol
2009

Modelo: Kambriel

$220


Decifrar o mistério de Morte-Vida das mulheres - quem se atreveria?
Esta mágica de ser um véu entre dois mundos
De trazer a luz da consciência das profundezas de um mar de memórias universais e sobras...
Quem se atreveria, sem temer?


não sei como vai indo a exposição em Lexington, ainda não deu prá dar uma passada por lá. quando você mora numa cidade americana pequena, não saber dirigir é um tremendo inconveniente. não há ônibus intermunicipais, e carro é artigo de primeira necessidade. tenho até vergonha quando digo que não sei dirigir, e jogo a culpa toda no marido, que sempre diz que vai me ensinar "na próxima primavera", mas ainda não se decidiu de que ano (verdade). são quatro anos de imobilidade e dependência total do meu cônjuge para resolver minha vida adulta. ele me transporta até pro meio do inferno se eu pedir, mas não dá mais, né? eu quero a minha driver's licence, meleca.

+

os pés podem até ter limites, mas minha cabeça não. minha cachaça diária tem sido o trabalho com a técnica nova, que tem aberto algumas portas no sentido da inspiração, mas também fechado outras. como o trabalho está ficando ligeiramente expressionista, parece que o estilão mais gráfico não combina mais, e agora estou aqui pesquisando soluções para certos elementos que antes se encaixavam super bem. fácil não é, mas é muito estimulante e enriquecedor. a idéia agora é produzir alguns trabalhos pequenos até pegar mais confiança e começar a trabalhar em projetos maiores. inclusive vou refazer a Árvore da Vida pelo mesmo caminho.

in progress: "Tecendo meu Coração"

consegui finalmente dar uma relaxada no fim de semana, depois de deixar 8 pinturas no Common Grounds. não pude ficar mais tempo prá ver as pinturas na parede, mas devo dar uma chegada lá prá dar uma olhada, e também ver o trabalho dos outros artistas. aqui estão elas, emolduradas - o trabalho todo fui eu quem fez:






+

Serpentarium é uma das pinturas que resolvi mostrar, meio de última hora, mesmo sendo um trabalho experimental e um pouco diferente dos outros em técnica e estilo. fiz rápido e de forma bem livre e despreocupada, num papel não muito bom, só prá ver onde chegaria... e o resultado acabou sendo uma agradável surpresa.



venho tentando essa técnica já a algum tempo, sem muito sucesso, mas acho que agora aprendi os truques. é uma técnica mais intuitiva, mas bem simples, na verdade. aplico várias camadas de aquarela usando três ou quatro cores e as deixo mesclarem, sempre controlando as formas até elas resultarem mais ou menos numa pintura abstrata completa. as camadas de aquarela contém mais pigmento do que as que usualmente faço nos meus underpaintings. em Serpentarium eu desenhei a face sem nenhum estudo prévio, preenchendo com grafite, como sempre. o mais legal é que o "caos" produzido pelo underpaiting se mostra através da figura, e o efeito é bem interessante. então comecei a observar ao redor da figura, da mesma forma que se procura formas nas nuvens... foi então que comecei a ver as serpentes. o próximo passo foi reforçar as formas e criar mais abstrações. voilà.

fiquei tão excitada que decidi começar mais dois experimentos, dessa vez usando pranchas e fazendo um planejamento. depois de produzir os abstratos de forma bastante aleatória, fotografei-os e joguei no Photoshop. então comecei a estudar as composições colocando as referências desejadas sobre elas. a combinação fotos + fundo me trouxe idéias para as pinturas quase instantaneamente.


in progress: The Veil

a primeira está surgindo. a primeira coisa que vi no fundo abstrato foi uma grande caveira, no topo central. então entendi que era hora de trabalhar novamente num conceito que havia criado recentemente mas que abortei por ter achado a execução uma bela porcaria. e lá vem O Véu novamente, em um estilo de fundo que eu sempre quis para meus trabalhos mas que nunca consegui fazer. delícia ver a figura meio que emergindo do fundo, como um espectro, sendo aos pouco formada pelo meus lápis. estou amando. espero que tudo corra bem e que eu finalmente me estabeleça nesse estilo mais livre e frouxo de pintura.

Serpentarium

Aquarela e gouache sobre papel
,
9 x 12 pol
2009

Origens

Origins

Aquarela e lápis sobre prancha,
11 x 14 pol
2009

$280

Modelo: Adhara Batul


A vida veio de muitos mares. Mares de profundo azul e segredos desconhecidos que guardam miríades de bactérias e começos. Mares de úteros e seus sagrados silêncios. Mares de passado e esquecimento, vivos nas profundezas de nossas almas, escuras e misteriosas.


Pavão


thepeacock

Aquarela, gouache e lápis sobre prancha,
11 x 14 pol
2009

$250

Modelo: Kambriel


Uma das minhas últimas paixões é o simbolismo do pavão, e como ele tem sido associado à imortalidade e renascimento. Suas penas foram usadas como talismãs e proteção contra maus espíritos. Nas tradições orientais elas têm sido vistas como símbolos de sabedoria, benevolência, compaixão e bondade. O "olho" da pena do pavão é associado à glândula pineal, fazendo dela um símbolo sagrado. Através do desenvolvimento da glândula pineal é possível despertar a Kundalini e adquirir compreensão do mundo espiritual.


The Calling

Aquarela, gouache e lápis sobre prancha,
11 x 14 pol
2009

$280


O coração tem uma voz e uma música, as mesmas que você vem reconhecendo por muitas eras. A voz do seu coração é a voz da liberdade. Através dela você será capaz de encontrar a si mesmo e ao seu Deus interno. Deixe essa voz ser ouvida, reconheça-se como o criador da sua própria realidade. Ponha de lado todas as máscaras que eles te fizeram usar para pertencer às ilusões que eles criaram. Não desperdice sua vida vivendo-as. Seja o que você nasceu para ser.

quase morta.

e depois de algumas semanas meio atribuladas consegui finalmente terminar as peças novas prá exposição no cafe. problemas de vista, crise criativa, obras na casa - não é fácil trabalhar com o tum tum tum de martelos o dia todo. mas a arte prevaleceu, e as peças ficaram prontas. agora vem a parte chata, que é emoldurar e "passpatourar" a coisa toda.

ok, vamos ao new stuff. ainda está meio longe do que eu queria, mas é o que vem saindo, então vamos aproveitar.

na semana passada fui à oftalmologista dar uma revisada nos meus óculos e falar sobre o meu extremo cansaço visual. ela diminui o grau das lentes e os óculos parecem bons e confortáveis. no entanto, exposição prolongada ao computador continua sendo um problema. e como eu não pretendo voltar lá para refazer os óculos uma terceira vez, a solução encontrada foi reduzir o máximo possível o tempo gasto por aqui, o que se me atrasa um pouco a vida, já que todos os meus contatos são feitos online. no entanto, ganho mais tempo para outras coisas importantes - como terminar os 3 livros que estou lendo, montar meus workshops e desenhar mais.

a vida artística anda complicada. ando em crise. de repente o estilo que vinha tentando desenvolver não me parece mais adequado, sei lá. estou meio perdida e sem muita vontade de trabalhar. isso com exposição marcada e tendo que terminar pelo menos umas quatro peças em menos de 3 semanas. fiquei dias trabalhando em duas para abortá-las quase no final. sei lá, tô precisando de algo que me dê um estalo criativo. encontrar imagens estimulantes, daquelas que te dão vontade de pegar os lápis e pincéis na mesma hora e ir trabalhar. ou de umas mini-férias, porque rotina de casa e filho se misturando com rotina de trabalho às vezes fica confusa e cansativa.

enquanto os trabalhos novos não vêm, deixo-vos com o processo de construção de O Chamado (The Calling):


work in progress: The Calling

work in progress: The Calling

work in progress: The Calling

work in progress: The Calling

ainda estou ponderando se coloco ou não esse à venda. tenho colocado um bocado de energia emocional nesse trabalho, que está meio que se tornando um auto-retrato. sim, é meu rosto de novo. O Chamado é sobre a liberdade de ser você mesmo e seguir seu caminho na vida, responder ao chamado da sua alma. tem uma estética mais orgânica e mais naturalista. parece que definitivamente incorporei o coração na minha iconografia pessoal, junto com as máscaras e borboletas...

tá meio difícil blogar esses dias, porque tem muita coisa acontecendo, o tempo é pouco e meus olhos estão em petição de miséria. já marquei outra consulta com a oftalmologista, porque não é normal ter trocado de óculos ontem e sentir essa fadiga ocular monumental que têm quase me incapacitado e me enchido de náuseas e dores de cabeça diárias.

segunda passada foi meu aniversário, o mais leve e tranquilo que passo desde que cheguei aqui. muitas mensagens de gente querida, presente e cartão da sogra e jantar no restaurante chinês. e o mais importante: paz de espírito. queria falar mais sobre o que é comemorar 39 anos com coração de 25 e sentir de forma cada vez mais contundente o quanto a vida passa rápido , mas tá difícil olhar muito tempo prá tela do laptop. então, vamos ao que interessa.

no próximo dia 21, Solstício de Verão em terras do norte, vou sortear um presentinho entre os amigos que vêm acompanhanhando meu trabalho. é uma forma de dizer obrigado pelo carinho e apoio que tenho recebido nesses últimos meses, tanto abertamente como em silêncio. o presente é um dos meus Astroretratos, aquele inspirado no perfil astrológico - prá quem não não conhece, dá uma olhada lá na minha loja. o retrato é em cores e mede 8.5 x 12 polegadas (tamanho A4) , personalizado e com direito a papo via email sobre o seu mapa astral e tudo o mais.

tudo o que você precisa fazer é me mandar um email com o assunto Sorteio - Retrato, contendo:
- seu nome e email
- a qual dos grupos abaixo você pertence
- resposta à pergunta: de qual dos meus trabalhos você mais gosta?

então, eu escrevo de volta com o seu número. o vencedor vai ser anunciado no dia do Solstício, 21 de junho (domingo próximo).

e porque eu me importo com cada uma das pessoas que me acompanha e apoia o meu trabalho, me dando um pouco de seu tempo para comentar, escrever, etc, algumas regrinhas são necessárias:

1. os participantes precisam ser parte de um dos seguintes grupos:
- seguidores do Mesmerized by The Sirens (meu blog de arte em inglês)
- seguidores do Inspirais (esse blog!)
- seguidores do meu Twitter
- minha lista de amigos do Facebook
- minha lista de watchers do RedBubble
- minha lista de watchers do Deviantart

então, não adianta ter acabado de aterrissar aqui no blog e dizer que tem me acompanhado esse tempo todo se não estiver em um desses grupos. também não vale se alistar como seguidor só prá entrar no sorteio e sumir depois. eu sei quem são os seguidores aqui do blog!

lista de amigos do Orkut também não vale, porque eu não uso o Orkut primariamente como ferramenta de divulgação do meu trabalho.

2. o presente é pessoal e intransferível, ou seja, não deve ser dado a uma outra pessoa que nunca me viu mais gorda.

3. devido às despesas de envio para o exterior, infelizmente só EUA e Canadá poderão receber o retrato original. um vencedor internacional (e Brasil para mim é internacional, ok?) só vão receber a versão digital, ao menos que esteja disposto a pagar as despesas de envio. desculpem!

tenho uns prazos prá cumprir até meados de Julho, portanto é bom avisar que só vou estar disponível para começar o trabalho quase no fim desse mês. mas você tem até este sábado para confirmar sua participação, então corra!

e Feliz Solsticio!!

Persephone

Aquarela e lápis em prancha de ilustração,
10 x 8 pol
2009
$150

Modelo: Adhara Batul


Na mitologia grega, Persephone era a deusa do mundo subterrâneo e do plantio na primavera. Filha de Demeter, deusa das colheitas, foi raptada por Hades e levada para o reino dos mortos. Por determinação do Destino, foi forçada a ficar por duas estações a cada ano após comer sementes de romã. Assim, ela se tornou esposa de Hades e rainha do mundo subterrâneo. A pintura mostra sua dor e solidão após comer as sementes, ainda que seja uma dor resignada pelo seu destino.

o blog anda desatualizado e eu tô devendo coisas, eu sei. minhas vistas têm andado péssimas, muito cansadas. troquei de óculos a uma semana atrás, o que não ajudou muito. mas já reparei que o problema todo é o tempão que eu passo em frente à tela do computador. eu tenho hipermetropia, o que quer dizer que enxergo mal de perto, e também um pouco de astigmatismo. um médico me disse uma vez que eu vejo demais, por isso as imagens ficam tão bagunçadas quando o objeto está próximo. não sei se isso tem a ver com meu problema com a tela do computador, por causa da luz e tudo, mas sei que ultimamente tem funcionado melhor para mim usar o computador sem os óculos.

então, andei sondando uns lugares alternativos para expôr meus trabalhos, para adquirir mais prática de exposição antes de oferecer meu trabalho para galerias de arte. a primeira já foi marcada: meio de Julho no Common Grounds Coffee House, em Lexington. tive a oportunidade de visitar uma vez e achei o lugar bem bacana. além de espaçoso, sempre tem bandas acústicas tocando, recitais de poesia, e o café é o melhor que eu já experimentei aqui nos EUA - que serve o pior café do universo. eles só não aceitam nus, e como eu tenho esse montão de mulher pelada (e ultimamente, homem também), vou ter que trabalhar em mais algumas peças mais decentes. tudo no espaço de um mês. que as musas sejam generosas comigo.

enquanto isso, numa tarde de segunda-feira....

saladinha verde com hamburguers vegetarianos - feijão e cogumelo, adoro - e chá gelado.



o trabalho pode esperar um pouquinho mais.


vizinhança. tudo vibrando de tanto verde.


tem até duende por aqui.


às vezes eles roubam a sua toalha.


Morgan farejando o chá que eu derramei na toalha minutos antes.


compenetrada.

depois de muitos rabiscos no meu caderninho de desenho, cansei e resolvi partir para a ação. não dá prá perder muito tempo em pesquisas e estudos, sob o risco de perder-se a sanidade. encontrar as imagens perfeitas é uma ilusão, porque a gente vai evoluindo, mudando de gosto e de estilo; se a gente perde muito tempo procurando a perfeição, o trabalho não sai. além do mais, o resultado final nunca é exatamente igual ao que se planejou. as coisas vão mudando à medida que as cores vêm, acrescenta-se aqui, tira-se ali, nunca se sabe o que se vai encarar quando se lança à aventura da tela ou da folha de papel. navegar é preciso, criar não é preciso...

como estou fazendo quase um reality show de um processo de pintura, acho bom falar um pouquinho do material que eu uso no trabalho. começando pelo suporte, que se chama illustration board por aqui e que eu nunca sei como chamar em português porque nunca vi esse material pelas bandas tupiniquins. vou aqui chamando de prancha de ilustração.


a prancha de ilustração é quase como um papel-cartão extra rígido. o face onde se trabalha é branca, levemente texturada, e o verso é colorido e não dá prá aproveitar para um trabalho normal. a marca que eu uso é a Crescent, que tem um preço legal e boa qualidade. há pranchas de ilustração adequadas para todo tipo de midia, a que eu uso é feita para segurar mídias aguadas e airbrush. ela não tem a maciez do papel, portanto é meio estranho trabalhar nela com lápis no início. no entanto, trabalhos a grafite ficam uma beleza, sem contar que você pode errar e apagar à vontade, sem danificar o papel - a não ser que insista no grafite super macio, que tende a ser muito escuro, ou que use use pontas muito finas e duras com muita pressão, porque pode sulcar.

a prancha de ilustração é perfeita para quem, como eu, trabalha com toneladas de pigmento e centenas de camadas de aquarela, o que deformaria qualquer papel comum. também tem a vantagem de aguentar as técnicas mais hardcore, especialmente de raspagem de pigmento quando você comete algum erro ou não gosta do resultado e quer fazer de novo.

na mesinha ao lado eu tenho aquarelas Winsor & Newton, em tubos e pastilhas, pincéis redondos diversos de números 00 a 5, pincéis chatos e os indefectíveis pincéis de bambu chineses. dois potes de água limpa, palheta, lápis, lapiseiras, esfuminhos e borrachas. papel toalha é um item indispensável.

começo adicionando novos elementos ao desenho, pensados nos meus últimos estudos...

... um feto bem na altura do útero da figura de base. o vértice do triângulo que aponta para baixo vai dar aí - manifestação do Divino no plano físico. uma espiral forma o desenho do útero e do feto - a espiral dourada da geometria sagrada, símbolo da harmonia e precisão do Cosmos. o útero está circundado por uma flor de pétalas largas, que possivelmente será um lotus, mas ainda não sei. da flor saem gotas em direção do solo - que vou representar num dos painéis adicionais, agora chamado de painel Sul, abaixo deste, que se transformou no painel central. o curioso é que eu desenho as gotas com as pontinhas viradas para baixo, como se elas tivessem vindo da terra, e não o contrário... isso me lembrou algumas imagens do Arcano XVIII do Tarot, A Lua, onde a figura da Lua parece sugar gotas da terra. como o painel Sul vai trazer uma representação da Lua, tenho a impressão que mais coisa virá daí. notem que o desenho das gotas ao contrário não foi intencional!


... galhos, folhas, abstrações, espirais, espirais, espirais.

agora é hora de resolver os problemas que apareceram desde que o trabalho tomou um rumo diferente. como eu comecei a ter outras idéias quando já tinha construído as figuras no meu suporte definitivo, tive que fazer várias adaptações ou teria que refazer os desenho. mas até que a coisa se revela não tão dramática quanto eu pensei.

problema 1 - a composição da estrela de seis pontas. depois de vários cálculos a estrela acaba se encaixando bem no trabalho, embora os lados não tenham ficado lá muito exatos. mas não tem problema, porque a diferença não parece mesmo ser perceptível. para solucionar o problema da visibilidade da estrela, resolvo construir os triângulos que a formam de espirais e flores, dando uma organicidade que se harmoniza com o objeto (árvore) e dispensa a precisão matemática. acho que na foto abaixo dá prá se ter uma idéia (aumentei o contraste para tornar visíveis as linhas ainda clarinhas que compoem os triângulos, visíveis sobre as figuras.)


problema 2 - colocação do triângulos no centro do quadro. a estrela aqui precisa ficar mais ou menos centralizada, a fim de equilibrar a composição. como não tem muito jeito de fazer isso sem deformar os triângulos, a solução encontrada foi eliminar uma polegada à esquerda do quadro. faço isso colocando fita adesiva para delimitar minha área de trabalho. prá não ter que soltar a prancha de ilustração da prancha de madeira que me serve como suporte, resolvo que vou cortar o quadro depois que estiver pronto, o que é bem temerário porque, se algum erro ocorrer no corte, bye bye pintura. mas como já fiz isso sem nenhum problema, tenho confiança que tudo correrá bem também desta vez (gulp!)

faixa extra de fita adesiva colocada para a direita, marcando uma polegada a menos na minha área de trabalho.

o toque final antes de começar a aquarelar o desenho é transformar uma das mulheres em anciã, prá dar a elas aquele caráter de Deusa Tríplice que eu mencionei antes. escolho a da direita, que desde o iniciozinho já parece bem mais adiantada em anos do que as outras. curioso é que ela é a única que mostra mais da própria face.

work in progress: Tree of Life

work in progress: Tree of Life

o trabalho final, antes de aquarelar:

work in progress: Tree of Life

Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial