pantomima

eu não vou votar prá presidente esse ano, graças às dificuldades geográficas e burocráticas que as embaixadas brasileiras impõem a quem deviam facilitar a vida em terra estrangeira. não tenho condições financeiras nem físicas (graças à gravidez) de pegar um avião (quantas vezes? duas? três?) e rumar para Washington, onde fica a embaixada da jurisdição onde moro, para assinar papéis e assim poder cumprir com meus deveres de cidadã. eu gosto de votar, gosto de participar dos rumos do meu país, mas sinceramente desta vez não estou lamentando muito o fato de não poder comparecer às urnas. as notícias que leio todos os dias nos jornais online não são nada animadoras; nenhum candidato entusiasma, consegue atrair a atenção, todos têm a mesma aura de "já vi esse filme antes". mesmo longe, consigo perceber uma certa atmosfera de desalento e desânimo pairando sobre o povo brasileiro, o que pode ser desastroso. ninguém acredita mais em políticos, classe já estereotipada, caricatural, e seu circo tragicômico. então é isso: materializou-se o sonho carnavalesco e o Brasil virou uma grande pantomima, com seus Arlecchinos e Pantaleones e histórias já tão gastas que doem, e não há coragem para tranformar o desalento em revolta.

e antes que eu me esqueça, sou a favor do voto nulo. não acho que há mais tempo de votar no "menos pior" (a quantos mandatos temos feito isso?). há que haver uma hora de protestar.

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